Elementos estruturantes da linguagem plástica
Ponto e a linha
Um ponto geométrico não é definível; não tem dimensões, não tem largura nem comprimento é apenas um conceito abstracto.
Materializado numa forma apenas quando se torna plasticamente visível através da pressão exercida na folha com o bico do lápis, ou qualquer outro material riscador; movendo através do espaço desenhamos linhas.
O conceito de linha pontual, gerada por ponto em movimento , nasceu o âmbito da geometria, no séc.XVIII, que considerava que a linha era constituída por um número infinito de pontos. No séc. XIX, surgiu o concito de linha gerada por um movimento de outra, caso de uma circunferência, gerada por uma recta que gira em torno de um ponto fixo, ou de uma recta, gerada por um a circunferência que roda.
No Desenho é importante considerar a linha como uma trajectória, percurso ou caminho; aquele ponto em movimento é uma metáfora do nosso raciocínio que regista uma linha de pensamento.
Estudos de mãos, Hans Holbein o jovem, 1536
A linha no desenho
No sistema codificado da visão , os perfis e os contornos dos objectos são esquematizados como formas lineares. Ou seja; aquele que desenha traça linhas no suporte, mediante as quais exprime um sentimento, define uma forma , ou traduz pelo desenho um objecto percepcionado sobre o qual recai o seu pensamento.
As linhas de contorno
Quando desenhamos transformamos em linhas a percepção dos contornos . Desenhamos de forma que nos nossos traços se reconheçam objectos retirados do real ou do nosso imaginário. É na configuração e na boa continuidade das linhas que traçamos instintivamente que estas se organizam e criam um alógica para o observador .
A linha utilizada como elemento de recorte gera um contorno permite-nos a percepção da linha como forma alcançando o objecto.
Eric Satie, Picasso, lápis s/ papel.1920
Poucos traços.
A simplicidade da linha em holbein e em Picasso é assombrosa.
O sentido estético duma linha faz pouca a diferença entre um e outro autor, mesmo quanto separados por séculos de existencia.Faz-nos pensar no Desenho como uma forma Linguagem Universal. Na análise das obras de arte fica patente que os grandes artistas sabem generalizar onde é necessário e detalhar onde é preciso detalhar.
Sente-se a dinâmica duma linha pela sua rapidez, extensão, carácter, pressão á medida que conduz o nosso olhar através da imagem da mesma maneira que desenhamos sem vacilar, manejando o lápis no papel, em traços com a intenção de registo rápido, em busca de contornos, e massas. A simplicidade de linha nem sempre se traduz num desenho inacabado. A simplicidade e a mestria com que alguns autores desenham faz com que aos olhos de principiantes pareçam fáceis. A sobriedade de traços, a redução ao essencial exige uma mão verdadeiramente adestrada e hábil para captar com verdade em poucas linhas.
Picasso |
Van Gogh
Heinrich Kley (Sec XIX) | Pierre-Paul Prudhon (Sec. XIX)